segunda-feira, 22 de abril de 2013

Paço do Lumiar: prefeito comenta sobre melhorias na cidade na sua administração



via Robert Lobato. 
Josemar Sobreiro fala sobre a nova realidade vivida pela população. Maior desafio está na reorganização financeiro e administrativa do município
Sandra Viana (O Imparcial)
Josemar Sobreiro: prefeito fala das dificuldades e avanços no primeiro trimestre da sua gestão
“Encontramos uma cidade à beira do caos e nos ocupamos, nesse primeiro trimestre, em arrumar a casa. Agora, vamos começar a executar os projetos”, disse o prefeito de Paço do Lumiar, Josemar Sobreiro (PR), sobre as dificuldades encontradas ao assumir a gestão municipal no início deste ano. As maiores reclamações da população eram nas áreas da saúde, educação e infraestrutura, esta última, um desafio ao novo prefeito, dados as inúmeras deficiências e péssimo estado de conservação das vias. O prefeito esteve na redação de O IMPARCIAL, acompanhado do vice-prefeito Marconi Lopes (PSL) e do assessor de imprensa, Stênio Kavazaki.
Paço do Lumiar estava em um verdadeiro buraco, por conta de tantos problemas, ressalta o prefeito. Problemas estes que vêm sendo sanados com trabalho, uma equipe coesa e a parceria entre o prefeito e seu vice, o advogado Marconi Lopes. “Quando assumi a prefeitura de Paço do Lumiar, o fiz com o objetivo de melhorar a vida da nossa população e parte deste trabalho já pode ser visto”, diz Josemar Sobreiro.
O prefeito ressalta que, hoje “Paço tem uma administração parceira e presente”.
Uma das primeiras medidas do prefeito foi abrir concorrência para iniciar, em caráter emergencial, a Operação Tapa-Buracos. “Vamos aguardar esse período chuvoso e dependemos agora do processo licitatório. Assim que for finalizado, iniciamos o trabalho de fato”, disse. Para atenuar os problemas, o prefeito realizou ações pontuais a fim de garantir o tráfego de veículos e pedestres. As ruas da Vila São José, Vila Cafeteira, Paranã, Iguaíba e Mojó receberam piçarramento. “Parte deste trabalho está sendo perdido por conta das chuvas, mas estamos refazendo, à medida que vêm as chuvas, para que a cidade tenha condições de trafegamento”, explica Sobreiro.
Os bairros Maiobão e Paranã apresentam outro problema para a administração: muitos bueiros a céu aberto foram identificados. Para dirimir a questão, o prefeito tem conversado com a direção da Companhia de Abastecimento e Saneamento (Caema) e cogita, inclusive, ação judicial para forçar uma solução. “Queremos que a empresa ajude e desobstrua os bueiros, que faça sua parte. No Maiobão, principalmente, há um problema sério na parte de esgotamento. Está muito prejudicado”, enfatiza.
Geração de emprego e renda
Convocar os 122 aprovados no concurso realizado em 2010 foi outra medida dos primeiros 100 dias de gestão. Para o prefeito, era devido o direito de quem estudou e obteve êxito com a aprovação. “Então, o que tínhamos a fazer era o que não foi feito antes: convocar estas pessoas para trabalhar, ocupar seus cargos”. Josemar Sobreiro também pensou na assistência social, entre suas prioridades, e conseguiu recursos para a construção de sede própria ao Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) e ao Centro de Referência Especializado de Assistênia Social (CREAS), que atendem o município. “Entendemos que para este trabalho social ter êxito, é preciso que seja feito em local adequado e com estrutura”, reforça.
Paço do Lumiar tem em funcionamento uma unidade de saúde com várias especialidades e que atende a população, o que antes, não havia. “A demanda em saúde da cidade era atendida de forma terceirizada. Colocamos em funcionamento esse Centro e vamos construir ainda um hospital, que o município não tem”, garante o prefeito. O Centro de Especialidades e Diagnósticos (CED) oferece à comunidade exames de média
complexidade, atendimento ambulatorial e especialidades (pediatria, oftalmologia, cardilogia, ultrassonografia, psicologia, fonoaudiologia, terapia ocupacional e radiologia). As unidades mistas também estão em funcionamento. Os bairros Tambáu e Mojó ganharão unidades básicas de saúde. Agora, o prefeito trabalha em busca de verba para que a cidade tenha seu primeiro hospital.
Na educação, outro pilar prioritário da gestão, foi realizada a campanha de matrícula com o título “O futuro do seu filho começa na escola”. Dez mil vagas foram disponibilizadas na educação infantil, ensino fundamental e EJA, nas 57 unidades de ensino do município. O Calendário Escolar 2013, que define avaliações, datas para reuniões de gestores, período das férias e demais atividades pertinentes; seletivo e capacitação de gestores; contratação de 128 professores; reajuste da categoria; e reforma emergencial em 56 escolas foram metas importantes já cumpridas no setor, nestes primeiros 100 dias.
Inadimplência
Paço do Lumiar tinha baixa arrecadação de imposto, segundo relatório feito pela atual gestão. O rombo encontrado era grande e inviabilizava, inclusive, pagamento de folha. Outro problema dessa inadimplência era o risco do município perder recursos e assim, deixar de executar projetos de interesse da população. Com esforço, o prefeito, ao
assumir, priorizou a quitação do pagamento do funcionalismo, que estava com os vencimentos em atraso. Os pagamentos foram da ordem de R$ 1,9 milhão, só em salários atrasados de dezembro do ano passado, referente a servidores da Saúde e Educação. Para sanar as contas, o prefeito formalizou o recebimento do imposto.
No modelo implantado nesta gestão, cada contribuinte paga diretamente em agência bancária seu imposto e tem acesso a dados da arrecadação municipal. Também tem acesso ao que está pagando e sabe para que será investido. Tudo é por meio bancário. Antes, era direto com a Secretaria Municipal de Fazenda (Sefaz). O município também não opera mais com cheque, todos os pagamentos são feitos via instituição bancária. Essas medidas diminuirão a inadimplência e vão garantir os recebimentos para aplicação nas melhorias que a cidade precisa. “Moralizamos a arrecadação de impostos, levando ao conhecimento do contribuinte e conferindo transparência nos recebimentos”, destacou o vice-prefeito, Marconi Lopes. O que foi deixado em inadimplência ainda é uma barreira para as ações da gestão, mas, segundo o prefeito Josemar Sobreiro, serão dirimidas gradativamente.

domingo, 21 de abril de 2013

ROSEANA ENFRENTA PROTESTOS EM VISTA A PRESIDENTE DUTRA


ROSEANA ENFRENTA PROTESTOS EM VISTA A PRESIDENTE DUTRA

 PK Notícias

A visita da governadora Roseana Sarney e do seu pré-candidato Luís Fernando a Presidente Dutra foi marcada por uma manifestação de jovens estudantes do Centro de Ensino Deputado Remy Soares(CEDRS), a maior escola estadual da região, contra a falta de comprometimento da governadora com a nossa cidade e nosso estado.
Com os rostos pintados, cartazes na mão, apitos na boca, nariz de palhaço e gritos de revolta como ” o povo acordou” e “fora Rosengana”, os estudantes presidutrenses mostraram firmeza no propósito de mudança aclamado pelos maranhenses por todo o estado.
Na ocasião, os jovens reclamaram das promessas não realizadas, das péssimas condições de estudo,  pediram oportunidades de emprego, mais segurança(a cidade é uma das mais violentas do estado), um socorrão(hospital regional) como era antes e uma melhor infraestrutura como pavimentação asfáltica.
Na oportunidade, os estudantes aproveitaram para reclamar muito do prefeito Juran Carvalho e do vice-prefeito Orlando Pinto, que nada fazem para melhorar essa situação caótica.

terça-feira, 2 de abril de 2013

PERFEIÇÃO


O Grupo Sophia escolheu a música Perfeição do Legião Urbana. 
A música trata dos problemas da nossa pátria amada, em tom de irônia, e a forma como nós reagimos a tais problemas, ou melhor, como não reagimos aos problemas. 
A letra data de 1993. Apesar de ter sido escrita no inicio dos anos 90, infelizmente, ela continua retratando a 'realidade atual' dos nossos dias. 20 anos depois e os problemas da sociedade são os mesmos; Tais como: "Os mortos por falta de hospitais...."   "E todos os impostos queimadas"   "Descaso por educação". Só pra citar alguns que a música revela.
E como a maioria de nós reagimos à esses problemas? "Comemorando como IDIOTAS a cada fevereiro e feriado"
Vamos nos conscientizar para que daqui à alguns anos não digamos, novamente, que esta música retrata a 'realidade atual'.
Lucas Rodrigues
Façamos a nossa reflexão.

Perfeição


Vamos celebrar

A estupidez humana

A estupidez de todas as nações
O meu país e sua corja
De assassinos
Covardes, estupradores
E ladrões...

Vamos celebrar

A estupidez do povo

Nossa polícia e televisão
Vamos celebrar nosso governo
E nosso estado que não é nação...

Celebrar a juventude sem escolas

As crianças mortas

Celebrar nossa desunião...
Vamos celebrar Eros e Thanatos

Persephone e Hades

Vamos celebrar nossa tristeza
Vamos celebrar nossa vaidade...

Vamos comemorar como idiotas

A cada fevereiro e feriado

Todos os mortos nas estradas
Os mortos por falta
De hospitais...

Vamos celebrar nossa justiça

A ganância e a difamação

Vamos celebrar os preconceitos
O voto dos analfabetos
Comemorar a água podre
E todos os impostos
Queimadas, mentiras
E seqüestros...

Nosso castelo

De cartas marcadas

O trabalho escravo
Nosso pequeno universo
Toda a hipocrisia
E toda a afetação
Todo roubo e toda indiferença
Vamos celebrar epidemias
É a festa da torcida campeã...

Vamos celebrar a fome

Não ter a quem ouvir

Não se ter a quem amar
Vamos alimentar o que é maldade
Vamos machucar o coração...

Vamos celebrar nossa bandeira

Nosso passado

De absurdos gloriosos
Tudo que é gratuito e feio
Tudo o que é normal
Vamos cantar juntos
O hino nacional
A lágrima é verdadeira
Vamos celebrar nossa saudade
Comemorar a nossa solidão...

Vamos festejar a inveja

A intolerância

A incompreensão
Vamos festejar a violência
E esquecer a nossa gente
Que trabalhou honestamente
A vida inteira
E agora não tem mais
Direito a nada...

Vamos celebrar a aberração

De toda a nossa falta

De bom senso
Nosso descaso por educação
Vamos celebrar o horror
De tudo isto
Com festa, velório e caixão
Tá tudo morto e enterrado agora
Já que também podemos celebrar
A estupidez de quem cantou
Essa canção...

Venha!

Meu coração está com pressa

Quando a esperança está dispersa
Só a verdade me liberta
Chega de maldade e ilusão
Venha!
O amor tem sempre a porta aberta
E vem chegando a primavera
Nosso futuro recomeça
Venha!
Que o que vem é Perfeição!...


domingo, 31 de março de 2013

O CHAVISMO PÓS CHÁVEZ


O CHAVISMO PÓS CHÁVEZ

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Ivan Pinheiro (*)
Como dirigente comunista, não posso me dar ao luxo de escrever reportagem ou repetir lugares comuns sobre a Venezuela pós Chávez. Meu dever é ajudar a desenhar cenários, chamar atenção para possibilidades e dificuldades. Por isso, ouso apresentar aqui algumas impressões e conjecturas, com base no que vi, ouvi e senti em Caracas quando lá estive após a morte de Chávez e nas informações de que disponho.
É indiscutível que as massas passaram a valorizar ainda mais o legado de Hugo Chávez depois de sua morte. Não apenas por seu carisma, mas pelas conquistas sociais dos quatorze anos de seu governo. Mesmo aqueles que estiveram indiferentes em alguns momentos, que deixaram de votar ou ir às manifestações de massa, parecem acordar e se conscientizar frente aos riscos de perder essas conquistas.
Parece assim evidente que Maduro, em 14 de abril, terá mais votos que Chávez na última eleição em outubro. Outra razão é que, antes de partir para a eternidade, Chávez o escolheu publicamente como seu candidato, no caso de sua ausência.
Isto também significa que, uma vez eleito, Maduro, como ele mesmo tem dito, não poderá se afastar um milímetro do ideário e dos projetos de Chávez, sob pena de as massas tomarem as ruas, com conseqüências imprevisíveis.
Maduro assumiu como seu o mapa do caminho traçado em boa hora por Chávez, desmistificando o senso comum de que a Venezuela já é um país socialista, quando na verdade vive um processo de mudanças de caráter nacional e democrático.
Maduro tem resgatado uma importante declaração de Chávez, feita recentemente quando apresentou o programa de “Gestão Bolivariana Socialista”:
“Não nos iludamos: a formação sócio-econômica que ainda prevalece na Venezuela é de caráter capitalista. O socialismo apenas começou a implantar seu próprio dinamismo interno entre nós. Esse programa é precisamente para garanti-lo e aprofundá-lo, direcionando para uma radical supressão da lógica do capital, que deve ir avançando passo a passo, mas sem diminuir o ritmo de avanço ao socialismo”.
Mas a unidade do chavismo pós Chávez, sobretudo entre os dirigentes e o entorno do PSUV, só poderá ser conhecida após a eleição de Maduro, que também terá testada sua capacidade de neutralizar a “boliburguesia” e de manter o respaldo das forças armadas, hoje majoritariamente progressistas e nacionalistas, em função do trabalho e do exemplo de Chávez.
Outra questão decisiva será o debate proposto a Maduro pelo Partido Comunista de Venezuela, quando o atual Presidente honrou o partido com sua presença na Conferência Política Nacional do PCV: o que é socialismo, esta palavra banalizada em todo o mundo? E o que se entende por socialismo na Venezuela, no século XXI?
Um dos maiores desafios de Maduro continuará sendo aquele que Chávez não venceu: a industrialização da Venezuela, para que deixe de ser apenas uma economia rentista petroleira, promovendo a substituição de importações. É preocupante pensar que os programas sociais bolivarianos são financiados pelo rendimento do petróleo, 96% dos ingressos do país.
Por outro lado, o maior patrimônio deixado por Chávez para o avanço do processo é a conscientização do povo venezuelano, que descobriu sua força, sua história, sua cultura, seus direitos; descobriu-se antiimperialista e latino-americano.
Mas é preciso refletir que a ausência de Chávez poderá ser mais sentida no tabuleiro internacional. Maduro terá que se superar para, além de resolver os problemas internos, manter o protagonismo da Venezuela na América Latina e no mundo: a relação fraterna com Cuba, os projetos de integração soberana e solidária (como Alba e Petrocaribe), a solidariedade aos povos agredidos e ameaçados pelo imperialismo.
Além disso, é preciso lembrar que, como na máxima de Garrincha sobre o jogo de futebol, na luta de classes o outro lado também joga!
Na Venezuela, além da nova burguesia nativa, surgida a partir da própria natureza do processo, a velha oligarquia que foi implacácel contra Chávez vai mostrar seus dentes bem tratados desta vez com sorrisos cínicos. Acabou seu discurso único: o ódio a Chávez.
Essa velha oligarquia vai se repaginar, renovar seu discurso, suas lideranças. A primeira coisa é livrar-se de Capriles após as eleições, para não se confundir com sua derrota certamente acachapante e seu discurso de agitador de direita, sem o charme discreto da burguesia, sem programa, sem propostas.
Provavelmente os políticos profissionais da oligarquia vão tentar se aproximar do novo governo, influenciar seus setores mais vacilantes, com a conversa mole de um pacto social, uma união nacional. O experiente partido conservador COPEI já fez seu primeiro gesto, ignorando Capriles e legitimando com sua presença o recente ato de juramentação de Maduro pela Assembléia Nacional. Obama vem dando os mesmos sinais, saudando o “início de uma nova era nas relações EUA-Venezuela”!
O imperialismo vai procurar aproveitar-se da ausência de Chávez para tentar desestabilizar os processos de mudança na Bolívia e no Equador e fragilizar o socialismo cubano. O novo Papa Francisco será uma peça fundamental nessa empreitada, tentando roubar a cena com seu discurso de pai dos pobres.
O governo de turno do estado burguês brasileiro já se mexe com a competência de sempre. Deixando evidente sua frieza na posse de Maduro e no funeral de Chávez, vai jogar todas as suas fichas para tornar o Mercosul a única integração econômica latino-americana, sob sua hegemonia, com o esvaziamento da Alba e do Pacto do Pacífico (México, Colômbia, Peru e Chile) e a volta do Paraguai.
Até Santos - o presidente da Colômbia que finge que não foi o Ministro da Defesa de Uribe - vai participar desse jogo. Passeou sua cara de pau pelo velório de Chávez, como se tivesse perdido um grande amigo. Tem um olho no mercado interno venezuelano e outro em procurar parceiros para tentar impor à insurgência colombiana uma paz dos cemitérios.
A garantia de manutenção e avanço do processo de mudanças na Venezuela e de seu protagonismo antiimperialista no cenário mundial dependerá em muita medida da fidelidade de Maduro ao chavismo pós Chávez, mas será decidido pela luta dos trabalhadores e proletários desse querido país.
* Ivan Pinheiro é Secretário Geral do PCB

91 anos de PCB


dição 1968 de 24 a 30 de março de 2013
Política
91 anos de PCB e de luta dos trabalhadores






















João Victor Nunes Leite


No dia 25 de março, o PCB completa seus 91 anos de existência e muita luta pelo socialismo. Afinal, de que valeria um Partido Comunista se não estiver organizando os trabalhadores para o enfrentamento contra o capitalismo e a sua classe dominante, a burguesia? E assim fez o PCB, chamado carinhosamente pela classe trabalhadora de “Partidão”. Do seu nascimento, em 1922, na cidade de Niterói (RJ), o Partidão enfrentou as mais duras batalhas ao longo da história do Brasil no século 20. A primeira delas, de 1922 a 1930, consistia em introduzir no Brasil uma cultura socialista de pensar e agir sobre o mundo. Os escritos de Marx e de Lênin passam a ser estudados, traduzidos e publicizados entre as massas operárias recém estabelecidas no País, a fim de criar as condições subjetivas para que os trabalhadores lutem para quebrar as correntes que lhes aprisionam. Ao mesmo tempo, em Goiás, a chamada revolução de 30 traz, além dos ares da modernização conservadora, o calor do novo operariado carioca e paulista que dialoga entre si com um novo linguajar e se organiza de uma nova maneira: o marxismo enquanto visão de mundo e o leninismo como forma de organização.

Em 1935, já contando em suas fileiras com Luiz Carlos Prestes — o dirigente mais conhecido do Partidão —, o PCB organiza uma ampla frente nacional e luta contra o nazi-fascismo, apresentando ao povo brasileiro a necessidade de luta por um projeto democrático, anti-imperialista e antilatifundiário. A Aliança Nacional Libertadora (ANL) é organizada e logo em seguida posta na clandestinidade. Estoura a insurreição armada de 1935. Tomando os quartéis do Rio Grande do Norte, Pernambuco e Rio de Janeiro, a insurreição padeceu pela falta das massas operárias e camponesas no processo. Gregório Bezerra categoricamente afirma: “Em 1935 tínhamos armas e não tínhamos massas...”. O resultado não era outro: a clandestinidade. Contudo, ao contrário de que todos imaginam, o Partidão passa a ganhar mais militantes para as suas fileiras. Em Goiás o partido ganha envergadura, sendo organizado nas cidades de Goianira, Pires do Rio e Anápolis. Toda essa organização em Goiás impulsionada pela luta democrática do País e contra o nazi-fascismo e o latifúndio.

Com o fim da 2ª Guerra Mundial e a participação fundamental da União Soviética para a derrota do fascismo alemão, os Partidos Comunistas em todo o mundo ganham nova envergadura. O Partidão sai da clandestinidade nos anos seguintes e se torna um partido de massa. Mais de 200 mil filiados em todo o território nacional. Nas eleições burguesas, Prestes se torna senador. Muitos militantes entram na Câmara dos Deputados, Assembleias Legislativas e Câmaras de Vereadores. Na Assembleia Legislativa de Goiás, Afrânio de Azevedo e Abraão Isaac Neto são os deputados do PCB. Toda uma rede de imprensa comunista se organiza e chama a atenção dos intelectuais da sociedade. Bernardo Élis se torna comunista por este contato com as publicações do Partidão. Mais uma vez, em 1947, o partido rapidamente é posto na clandestinidade. Essa foi a resposta da burguesia nacional. É nesse período uma das mais importantes lutas camponesas em nosso pais, a Revolta de Trombas e Formos, em Goiás. José Porfírio, militante do Partido Comunista, é a expressão máxima desta revolta pela terra, demonstrando que a inserção dos comunistas não é só no meio sindical e urbano.

De 1947 até o inicio dos anos 60 o partido vive uma luta interna sem precedentes, resultado do impacto do 20º Congresso da PCUS (Partido Comunista da URSS). Muitos dirigentes do Comitê Central do PCB deixam o partido e vão para outras organizações. A cisão mais significativa foi a saída de João Amazonas e Maurício Grabois. Estes, após a saída do Partidão, organizam o conhecido Partido Comunista do Brasil, ou PCdoB, em 1962. Mesmo neste conturbado processo, a orientação do Comitê Central do Partido é a de lutar pela volta do Partido à legalidade. De 1960 a 1964 o Partidão, de volta a legalidade, amplia ainda mais sua inserção no movimento sindical e popular, atraindo os mais importantes intelectuais para suas fileiras. O apoio em momentos conjunturais a Jango, numa aliança de classes com a burguesia nacional, leva de certo modo, ao conhecido Golpe de 64, colocando o PCB na clandestinidade. Em solo goiano, o PCB acompanha o ritmo nacional do partido. Presente nos municípios mais importantes do Estado, o PCB floresce na ainda jovem Goiânia, tendo forte presença na juventude, organizada pela UJC (União da Juventude Comunista), no meio sindical — estando presente no Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de Anápolis — e dirigindo um importante jornal, “O Estado de Goiás”.

Com o golpe empresarial-militar de 64, a caça aos comunistas estava aberta. Muitas organizações surgem por grupos de ex-militantes do PCB, que são contrários à nova linha política do partido. Naquele momento, o Comitê Central orientava a militância a não reagir de forma armada ao golpe militar, pois a correlação de força e o enfrentamento armado iria dizimar os lutadores populares. Mais uma vez, Gregório Bezerra resume este período: “Em 64, tinha massa e não tinha arma.” Os anos após o golpe deixam claro o acerto do PCB em não travar uma luta armada. A violenta repressão do regime sobre o PCB dizima fisicamente centenas de quadros do Partido. O geógrafo e militante do PCB em Goiás Horieste Gomes foi brutalmente torturado nos porões do Batalhão do Exército em Goiânia. Na clandestinidade, o Partidão se organiza com dificuldade no MDB, para uma ação parlamentar e instituída e em atividades de agitação e propaganda contra o regime.

Em 1979, com o processo de redemocratização, boa parte dos dirigentes do PCB que estavam no exílio começam a voltar ao Brasil. O clima de festejo se espalha em muitas capitais para a recepção dos dirigentes. Em 1982, é convocado o 7º Congresso do PCB, a fim de delinear uma análise da sociedade brasileira e redefinir sua linha política. O que não esperavam era a verdadeira luta ideológica que começava neste momento. Boa parte dos dirigentes nacionais do partido, quando no exílio, entram em contato com o eurocomunismo (que propunha a ocupação de espaços na democracia burguesa, tirando de centro a luta de classes). Um novo racha ocorre no Partidão. Talvez a saída mais dolorosa para o partido: Prestes e um grupo importante de militantes deixam o PCB, discordando da nova linha política, que exclui a luta de classes. O partido deixa de ter inserção no movimento de massa e passa a dar preferência as lutas da institucionalidade burguesa. O 9º Congresso Nacional, em 1991, deixa bastante claro a dualidade dentro do partido. De um lado, aqueles que, de olho na queda do Muro de Berlim, veem como vitoriosa e se deixam cooptar pelo avanço do neoliberalismo, e aqueles que ainda acreditavam no socialismo como única saída a humanidade.

Em 1992, o 10º Congresso Nacional é convocado. A crise explode no interior do Partidão. Convocado de forma extraordinária, a maioria do Comitê Central naquele momento, apresenta a militância a necessidade de acabar com o PCB, deixando de lado seus símbolos (foice e martelo) e toda a sua história de luta. Ainda, apontavam que o socialismo deixa o horizonte dos trabalhadores, tendo a disputa institucional do Parlamento como central. Como resultado, boa parte dos dirigentes e militantes deixam o PCB e fundam o PPS, de Roberto Freire. Em Goiás o partido deixa de existir, tendo seus materiais e sede entregues ao PPS. Aqueles que bravamente decidiram ficar no PCB empreenderam uma importante campanha nacional para a reconstrução do PCB. O Movimento Nacional em Defesa do PCB percorre todo o País, reorganizando o Partido. Em Goiás, teremos o PCB reestruturado no ano de 2000, tendo a frente os então estudantes Paulo Winícius, o “Maskote”, e Fer­nando Viana e os professores Robson de Moraes e Marta Jane.

Em 2009, no Rio de Janeiro, o PCB, em seu 14º Congresso Nacional, consolida o Partidão. Com uma linha política clara, apresenta que a revolução brasileira não será por etapas, como o Partido pensava nas décadas de 50 e 60, ou seja, desenvolve-se o capitalismo e a democracia, para que depois tivéssemos as condições objetivas estabelecidas e chegássemos ao socialismo. A partir de 2009, o PCB afirma: a revolução brasileira será socialista! Com esta leitura, o Partidão de Prestes, Niemeyer, Olga, Portinari, Jorge Amado, Bernardo Élis, José Porfírio, Vladimir Herzog, Horácio Macedo, Ziraldo e tantos outros comunistas volta a se encontrar com os trabalhadores e organizar a luta contra o capitalismo. Em Goiás, os comunistas passam a estar presente no movimento estudantil da UFG e da PUC–GO, no movimento de professores e entre os trabalhadores rodoviários. Aqueles que pensaram que o Partidão tinha morrido se enganaram.

Neste ano de 2013, mais do que celebrar 91 anos do partido mais antigo do Brasil, comemoram-se 91 anos de marxismo no Brasil. Comemoramos 91 anos de lutas fundamentais dos trabalhadores que conquistaram a redução da jornada de trabalho nos anos 40, que mantiveram a Petrobrás como patrimônio do povo brasileiro, que permitiu às mulheres participarem da vida política nacional, que frearam as diversas tentativas de venda da nossa educação, que permitiu a liberdade de crença e religião, enfim, inúmeras conquistas ao longo destes 91 anos de PCB.   
João Victor Nunes Leite é historiador formado pela UFG, fiscal de transporte coletivo e membro do Comitê Regional do PCB em Goiás.

quinta-feira, 21 de março de 2013

PARABÉNS PCB 91 ANOS DE LUTAS HISTÓRICAS PELO POVO BRASILEIRO


DEBATES SOBRE MARX E O CAPITAL

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Evento acontece no Sesc Pinheiros e marca o lançamento da edição inédita de O capital - Livro I, do filósofo alemão, e de Para entender O capital, de David Harvey, ambos pela Boitempo

Partido Comunista Brasileiro veicula seu programa nacional de radio (de 20h às 20h05) e TV (de 20h30 às 20h35) em cadeia nacional. No programa, o PCB defende uma estratégia revolucionária contra a crise do capitalismo, denuncia as benesses para o capital concedidas pelo governo Dilma e aponta a luta dos trabalhadores contra o projeto de Acordo Coletivo Especial, além de homenagear o comandante Hugo Chávez.http://pcb.org.br/portal/

segunda-feira, 18 de março de 2013

Em memória de Karl Marx:


Em memória de Karl Marx: o maior filósofo de todos os tempos

A burguesia arrasta na corrente da civilização todas as nações, até as mais bárbaras. Sob pena de corte, força todas as nações a adaptar o modo burguês de produção; força-as a introduzir a chamada civilização, quer dizer, a tornar-se burguesas. Numa palavra: forja um mundo à sua imagem e semelhança. (Trecho do Manifesto do Partido Comunista, publicado em Fevereiro de 1848).
No último dia 14 de março, completou 130 anos da morte física do  filósofo e ativista político alemão Karl Marx. Frisa-se bem o “morte física” porque a obra, as ideias, ideais e práxis de Marx não morrem jamais.
A cada passo de evolução da sociedade o pensamento daquele que foi eleito pela Rádio rádio 4, da BBC de Londres, o maior filósofo de todos os tempos, torna-se mais importante para compreendermos a relação exploração x explorado, marca vital e mortal do capitalismo.
Em nome de Marx e do “marxismo” foram feitas gloriosas revoluções populares pelos quatros cantos do mundo.
Em contrapartida, foi também em seu nome e de sua obra que cometeram, e ainda comentem, inúmeras atrocidades, inclusive contra a humanidade. Tal como no caso da inquisição ou das cruzadas, que em nome de Jesus Cristo torturaram, perseguiram e assassinaram, em nome de Marx alguns déspotas e ditadores sanguinários fizeram o mesmo.
As causas de Marx eram e ainda são justas e imprescindíveis ao bem da humanidade, mas o grau de deformação sobre os seus estudos foi tamanho que muito do que ele disse e escreveu acabou virando “programa oficial” de governos autoritários, daí que sou da mesma opinião do grande historiador Eric Hobsbawm, falecido no ano passado, quando afirma: “Marx não regressará como uma inspiração política para a esquerda até que se compreenda que os seus escritos não devem ser tratados como programas políticos, mas sim como um caminho para entender a natureza do desenvolvimento capitalista”.
A deformação do pensamento de Karl Marx foi de tal envergadura que deu-se pouco destaque ao jovem Marx humanista dos tempos dos Manuscritos Econômicos e Manuscritos Econômico-Filosóficos. O “marxismo oficial” sempre gostou mais do Marx d’O Capital.
Enfim, o Blog do Robert Lobato não poderia deixar passar em branco a data dos 130 anos de saudade internacional do homem que mudou a forma do mundo ver o mundo.
A seguir o discurso no Funeral de Karl Marx feito em 18 de Março de 1883 pelo amigo e principal colaborador intelectual Friedrich Engels. Veja:
Em 14 de Março, quando faltam 15 minutos para as 3 horas da tarde, deixou de pensar o maior pensador do presente. Ficou sozinho por escassos dois minutos, e sucedeu que o encontramos na sua poltrona dormindo serenamente — dessa vez para sempre.
O que o proletariado militante da Europa e da América, o que a ciência histórica perdeu com a perda desse homem é impossível avaliar. Logo evidenciara-se a lacuna que a morte desse formidável espírito abriu.
Assim como Darwin em relação a lei do desenvolvimento dos organismos naturais, descobriu Marx a lei do desenvolvimento da História humana: o simples facto, escondido sobre crescente manto ideológico, de que os homens reclamam antes de tudo comida, bebida, casa e vestuário, antes de poderem praticar a política, ciência, arte, religião, etc., e que portanto a produção imediata de bens de primeira necessidade e com isso a correspondente etapa económica de um povo ou de uma época constitui o fundamento a parir do qual as instituições políticas, as instituições jurídicas, a arte e mesmo as noções religiosas do povo em questão se desenvolve, na ordem em que elas devem ser explicadas – e não ao contrário como nós até então fazíamos.
Isso não é tudo. Marx descobriu também a lei específica que governa o actual modo de produção capitalista e a sociedade burguesa por ele criada. Com a descoberta da mais-valia descobriu-se subitamente esses problemas, enquanto todas as investigações passadas, tanto dos economistas burgueses quanto dos críticos socialistas, perderam-se na obscuridade.
Duas descobertas tais deviam a bastar uma vida. Já feliz é aquele que faz somente uma delas. Mas em cada área isolada que Marx conduziu a pesquisa, e estas pesquisas eram feitas em muitas áreas, nunca superficialmente, em cada área, inclusive na matemática, ele fez descobertas singulares.
Tal era o homem da ciência. Mas isso não era nem de perto a metade do homem. A ciência era para Marx um impulso histórico, uma força revolucionária. Por muito que ele ficasse claramente contente com um novo conhecimento em alguma ciência teórica, cuja utilização prática talvez ainda não se revelasse – um tipo inteiramente diferente de contentamento ele experimentava, quando tratava-se de um conhecimento que exercia imediatamente uma mudança na indústria, e no desenvolvimento histórica em geral. Assim por exemplo ele acompanhava meticulosamente os avanços de pesquisa na área de electricidade, e recentemente ainda aquelas de Marc Deprez.
Pois Marx era antes de tudo revolucionário. Contribuir, de um ou outro modo, com a queda da sociedade capitalista e das instituições estatais burguesas, contribuir com a emancipação do proletariado moderno, que primeiramente devia tomar consciência de sua posição e de seus anseios, consciência das condições de sua emancipação – essa era sua verdadeira missão em vida. O conflito era seu elemento. E ele combateu com uma paixão, com uma obstinação, com um êxito, como poucos tiveram. Seu trabalho no ‘Rheinische Zeitung’ (1842), no parisiense ‘Vorwärts’ (1844), no ‘Brüsseler Deutsche Zeitung’ (1847), no ‘Neue Rheinische Zeitung’ (1848-9), no ‘New York Tribune’ (1852-61) – junto com um grande volume de panfletos de luta, trabalho em organizações em Paris, Bruxelas e Londres, e por fim a criação da grande Associação Internacional de Trabalhadores coroando o conjunto – a verdade, isso tudo era de novo um resultado que deixaria orgulhoso seu criador, ainda que não tivesse feito mais nada.
E por isso era Marx o mais odiado e mais caluniado homem de seu tempo. Governantes, absolutistas ou republicanos, exilaram-no. Burgueses, conservadores ou ultra-democratas, competiam em caluniar-lhe. Ele desenrolava tudo isso como se fosse uma teia de aranha, ignorava, só respondia quando era premente essa necessidade. Ele faleceu venerado, amado, chorado por milhões de companheiros trabalhadores revolucionários – das minas da Sibéria, em toda parte da Europa e América, até a Califórnia – e eu me atrevo a dizer: ainda que ele tenha tido vários adversários, dificilmente teve algum inimigo pessoal.
Seu nome atravessará os séculos, bem como sua obra!