domingo, 1 de fevereiro de 2009

FÓRUM SOCIAL TERMINA SEM CONCLUSÕES SOBRE CRISE



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O Fórum Social Mundial foi encerrado hoje em Belém, no Pará, sem nenhum documento final com as conclusões do encontro ou qualquer sugestão a respeito da crise econômica mundial - exaustivamente debatida durante os sete dias do evento. Na assembléia geral, realizada ao ar livre, no fim da tarde, foram lidos documentos sobre um conjunto de 22 questões pontuais, variando da preservação da Amazônia aos problemas enfrentados por migrantes ao redor do mundo, da demarcação das terras indígenas a questão palestina e outros temas.
Mas, apesar da ausência de um documento global, os comentários dos organizadores e participantes ao final do evento tinham quase sempre dois pontos comuns. O primeiro é a idéia de que o fórum aponta na direção certa com seu lema "um outro mundo é possível", lema que a crise econômica mundial serviu para fortalecer. O segundo ponto é que o fórum precisa ampliar seu raio de ação, atraindo mais entidades da Ásia, do Leste Europeu, da África e de outras regiões do mundo. Neste ano, das 5.808 entidades participantes, 4.193 eram da América do Sul.
"Davos acabou. Nós somos o futuro", comentou Candido Grzybowski, do Conselho Internacional do Fórum Social Mundial e diretor do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase), referindo-se à pequena cidade suíça que abriga anualmente um fórum com a elite do pensamento capitalista mundial. "A crise global é a demonstração científica de que o sistema em vigor, o sistema de Davos, não é sustentável", ecoou a italiana Rafaella Bolini, outra integrante do conselho internacional e dirigente de uma ONG que atua na área de cultura. (AE)

Chuva atrapalha encerramento do Fórum Social Mundial
Uma forte chuva afastou boa parte dos participantes da última atividade do Fórum Social Mundial (FSM) de 2009, a Assembléia das Assembléias. Apesar da lama que cobria todo o chão, algumas centenas de pessoas se reuniram em frente ao palco principal da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA) para ouvir as deliberações das 22 assembléias realizadas pela manhã.

O FSM não tem uma carta de princípios ou uma plenária para eleger prioridades após o fim do evento. Os diferentes movimentos sociais representados no megaevento apresentaram uma síntese dos principais assuntos discutidos e parte deles se comprometeu em transformar as reivindicações em mobilização.

As mulheres, por exemplo, pediram a segurança do emprego durante a crise e a legalização do aborto. Também não faltaram pedidos pela retirada das tropas israelenses do território Palestino. Já a plenária sobre crise mundial pediu que a Organização das Nações Unidas (ONU) seja a mediadora nas negociações da crise econômica.

Para Aldalice Otterloo, da Comissão Internacional do FSM, o saldo do Fórum de Belém é positivo. “Conseguimos aglutinar ações muito importantes nessa construção e trazer para o centro do debate discussões de minorias, como povos indígenas e quilombolas. A Amazônia realmente entra na pauta das discussões mundiais, porque os povos da região não vão mais deixar ninguém esquecer o que a agente está debatendo e propondo”.

Em 2010, segundo o presidente do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase), Cândido Griboviski, o FSM será descentralizado e ocorrerá nos moldes de como foi realizado em 2008, com manifestações distribuídas pelo mundo, sem uma base fixa. Já para 2011 o Fórum pode ter como sede a África ou o Oriente Médio. (Agência Brasil)

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