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sexta-feira, 9 de janeiro de 2009
RADICAIS DESAFIAM ISRAEL A ENTRAR NAS ÁREAS HABITADAS
10/01/2007 ESTADÃO
Para israelenses, a tentação é grande, mas o grupo poderia adotar guerra de guerrilha ampliando as baixas
Griff Witte
Quando milhares de soldados israelenses fortemente armados entraram na Faixa de Gaza na noite de sábado, o Hamas optou por uma retirada tática e seus combatentes se espalharam pelas cidades e pelos campos de refugiados do território, segundo habitantes de Gaza e analistas militares e oficiais israelenses. Agora, ao que tudo indica, o Hamas está desafiando as tropas israelenses a ir atrás dele.
Ouça relato do enviado especial do Estado
"Eles estão disparando foguetes antitanques e morteiros. Mas não estão oferecendo resistência à presença israelense em Gaza", disse o general da reserva israelense Amnon Lipkin-Shahak. "Estão desafiando os militares israelenses a entrar nas áreas habitadas."
Para Israel, a tentação de avançar é grande. Depois que 14 dias de ataques por terra, mar e ar, enfraqueceram a capacidade do movimento islâmico, os líderes israelenses ponderam se é o momento de desfechar um golpe mortal contra o Hamas. Isto, segundo analistas, exigiria uma operação terrestre muito ampla no emaranhado de vielas dos principais centros habitados de Gaza.
Mas o risco de prolongar a campanha é muito grande. Até o momento, as vítimas israelenses foram muito menores do que os militares previam. Em sete dias de operações terrestres morreram oito soldados, quatro por fogo amigo.
Os analistas afirmam que enviar forças terrestres às cidades e campos de refugiados de Gaza certamente permitiria ao Hamas optar por uma guerra de guerrilha urbana, com atiradores postados em lugares estratégicos, ataques suicidas e carros-bomba. O número de vítimas subiria de ambos os lados, num momento em que Israel já está sofrendo pressões internacionais para encerrar sua ofensiva.
Pelo menos por enquanto, Israel resistiu. Em vez disso, os comandantes militares ordenaram às forças terrestres que apertem o cerco nas áreas menos populosas de Gaza, que por muito tempo foram usadas para o lançamento de foguetes, enquanto aviões e helicópteros continuam bombardeando supostos esconderijos.
As táticas diferentes refletem a natureza assimétrica da guerra em Gaza, e os objetivos extremamente diferentes de ambas as partes.
Para o Hamas, o objetivo é sobreviver e mostrar ao mundo que continua disposto a lutar. E embora seus combatentes evitem o confronto com os soldados israelenses, continuam lançando foguetes contra o sul de Israel.
"Qualquer que seja o resultado, eles afirmarão: Nós ganhamos. Fomos atacados por uma força extremamente superior e os foguetes continuaram", disse Martin van Creveld, professor de história militar da Universidade Hebraica de Jerusalém. Mas, agora mais do que antes, os foguetes são lançados de cidades e de campos de refugiados, onde vive a maior parte da população de Gaza, de 1,5 milhão. Os israelenses acusam o Hamas de atacar deliberadamente a partir das áreas habitadas para provocar um aumento de vítimas civis e acirrar a revolta contra Israel. Mas o Hamas diz que não tem opções.
Israel afirma que o objetivo de sua operação é destruir tanto a capacidade do Hamas quanto sua vontade de lutar. Até o momento, os estrategistas bélicos israelenses dizem que infligiram um pesado golpe ao grupo, destruindo a maior parte de sua infraestrutura e matando um grande número de seus membros. Agora, o objetivo de Israel é aumentar a pressão sobre os líderes do Hamas e destruir grande parte do arsenal do grupo antes que a pressão internacional obrigue os militares a parar.
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